Pode ver aqui. 👈👈
O que se faz e como, depois de colher os medronhos.
Na serra algarvia faz-se de modo igual ao alentejano.
Já assisti a esta operação na serra de Monchique.
Como um rio correm os dias e este espaço é uma margem onde deito pedrinhas à água.
Pode ver aqui. 👈👈
O que se faz e como, depois de colher os medronhos.
Já assisti a esta operação na serra de Monchique.
Um assunto que diz respeito a outros que não só os residentes nos EUA.
***
Na madrugada deste dia tão importante para o mundo, acordei tenso, receoso, pessimista. Acordei com aquele sentimento de "nem quero ver!".
É claro que, enquanto jornalista, quero ver, por mais que me custe e possa doer. O facto de estarmos a presenciar História pesa e é um certo tipo de privilégio, um momento que pode ser definidor num mundo que desenterrou dúvidas e fantasmas que, apenas há dez anos, julgávamos estarem mortos para sempre e para o bem de todos nós.
Afinal, qual de nós admitiria que, apenas dez anos depois, uma coisa tão sólida e tão reputada como a democracia americana poderia, pura e simplesmente, estar em risco?
***
Tiago Freire
Visão do Dia
Hamas recusou-se novamente a liberar reféns, mesmo um número limitado, para assegurar um cessar-fogo e o alívio para as pessoas em Gaza”. Foram estas as declarações do Secretário de Estado dos Estados Unidos da América (EUA), Antony Blinken, depois de ter conversado esta segunda-feira sobre o estado atual do conflito israelo-palestiniano com o seu homólogo do Egito, Badr Abdelatty, e com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant.
Em comunicado, o Departamento de Estado dos EUA revelou os detalhes deste diálogo entre os chefes da diplomacia dos dois países, momento durante o qual discutiram o futuro de Gaza e do Líbano e o estado das negociações para um cessar-fogo. Ao sublinhar a posição do Hamas sobre a libertação dos reféns detidos em Gaza, Blinken fez menção à proposta apresentada pelo Egito no passado dia 28 de outubro, que tinha em vista um cessar-fogo temporário para permitir a entrada de ajuda humanitária no enclave, com o objetivo de, posteriormente, se poder alcançar uma resolução permanente.
A proposta, sugerida no Cairo e discutida em Doha, no Qatar, ao lado de uma delegação qatari e norte-americana, foi rejeitada tanto por Israel como pelo Hamas.
de estabelecer um caminho para “tal como a libertação de t
Ainda esta segunda-feira surgiu um Há um novo balanço da agência de defesa civil de Gaza, citado pela Al Jazeera, referindo as condições severas no norte de Gaza, região em que as forças israelitas lançaram uma incursão militar há cerca de um mês, causando mais de 1.300 mortos. “Existe um bloqueio de medicamentos, água e comida”, afirmou o porta-voz da agência, indicando que os profissionais de saúde e os hospitais na região estão “fora de serviço” há 13 dias consecutivos.
Para além da situação em Gaza, estas duas reuniões de Blinken também viram a situação do Líbano na agenda de tópicos a abordar. “Discutiram os esforços necessários para promover uma resolução diplomática que permita o regresso em segurança de civis até às suas casas”, lê-se em ambos os comunicados.
Brinca enquanto souberes!
Tudo o que é bom e belo
Se desaprende...
A vida compra e vende
A perdição,
Alheado e feliz,
Brinca no mundo da imaginação,
Que nenhum outro mundo contradiz!
Fura os olhos do tempo,
E à volta do seu pasmo alvar
Brinca instintivamente
Como um bicho!
Desafronta
De cabra-cega tonta,
A saltar e a correr,
O adulto que hás-de ser!
Miguel Torga
Deram-me o silêncio para eu guardar dentro de mim
a vida que não se troca por palavras.
Deram-mo para eu guardar dentro de mim
as vozes que só em mim são verdadeiras.
Deram-mo para eu guardar dentro de mim
a impossível palavra da verdade.
Deram-me o silêncio como uma palavra impossível,
nua e clara como o fulgor duma lâmina invencível,
para eu guardar dentro de mim,
para eu ignorar dentro de mim
a única palavra sem disfarce –
a palavra que nunca se profere.
Adolfo Casais Monteiro
Toma para ti o conselho que dás aos outros.
Tales de Mileto
O tempo é um tecido invisível em que se pode bordar tudo.
Machado de Assis
Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam.
Martin Luther King
Acreditar é monótono, duvidar é apaixonante, manter-se alerta: eis a vida.
Oscar Wilde
O homem comum fala, o sábio escuta, o tolo discute.
Sabedoria oriental
Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Goethe
No Observador
| |||
Podemos perfeitamente estar a desperdiçar muitos dos nossos possíveis melhores em benefício de nada. Excepto as minorias de criminosos e as minorias de radicais, os grandes conquistadores de terreno. |
| |||
Como sportinguista, conheço bem o poder da crença irracional num futuro radioso, renovada ano a ano, mas é a primeira vez que observo o uso da volúpia reciclada para ansiar pelo armagedão. |
Às vezes sinto que não somos mais do que uma sombra que caminha sozinha na direção da noite, que tudo o que amamos, tudo o que tocamos, acaba por desaparecer como as folhas que o vento leva.
O passado está cheio de rostos que não recordamos bem, cheios de vozes que se apagam devagar dentro de nós, e de repente somos estranhos para nós mesmos, como se a nossa pele estivesse habitada por fantasmas. Procuramos, ao longo da vida, um sentido para as coisas, mas o sentido parece fugir sempre que nos aproximamos dele.
No fim, restamos apenas nós, com as mãos vazias e o peito cheio de uma saudade que nem sabemos explicar.
António Lobo Antunes
Recortes de Imprensa
Os carros podem pesar 1500 kg, e até mais, e as primeiras imagens que vemos da tragédia parecem filmar o dilúvio, de cima, com uma câmara simples de telemóvel, mostrando precisamente essas coisas que pesam 1500 quilos a serem empurradas como se fossem elementos sem peso algum, uns frágeis pedacitos de matéria. Nas imagens, vemos que os carros são arrastados pelas águas a grande velocidade, são barcos aloucados que já não sabem de onde vêm e o que são. Parecem mesmo pedaços de madeira sem juízo, sem volante algum, sem pedais; os pesados carros transformados em coisas facilmente arrastáveis. Esses carros que são, na vida comum dos dias, sem a impressionante força das chuvas, o que nos leva de um ponto a outro, aquilo que tem na sua estrutura direção e sentido, velocidade e paragem, os carros, então, de súbito, nas primeiras imagens que recebemos da tragédia de Valência, estão pura matéria passiva que se deixa empurrar num caudal castanho de um rio formado à força no meio das ruas que apenas há uma hora eram ruas para tráfego de quatro rodas, tráfego que parava nos sinais vermelhos dos semáforos. Agora, todos os postes, quer de semáforos quer de eletricidade, tornaram-se apenas obstáculos contra os quais os carros vão batendo no meio do violento caudal de água que, se arrasta carros a grande velocidade, mais facilmente e tragicamente empurra os humanos, que são tão leves, e os faz perder o pé, depois a força e a vida. O número de mortos aumenta e algo nestes dias nos lembra um dilúvio moderno, localizado, mas com essa aterradora potência para ficar na memória daquele espaço, daquelas terras. Ninguém vai esquecer isto. Nem os mais velhos, nem os mais novos, nem os que ainda não nasceram. Quem ali vive, quem ali sobreviveu, terá uma marca de desespero e ansiedade que nenhum século de bom tempo será capaz de eliminar.
***
Gonçalo M. Tavares
###########
Começam o dia louvando o imperfeito:
o tempo que se inclina para o lado partido
as escassas laranjas que se tornam
amarelas no meio da palha
as talhas sem vinho
Olham por dentro a brancura da manhã
e em tudo quanto auxilia um homem no seu ofício
louvam o vulnerável e o inacabado
Estão sentados à soleira dos espaços
trabalhados devagar pelo silêncio
Quando Deus voltar
Não terá de arrombar todas as portas
José Tolentino Mendonça
Almoço à alentejana (em Canal Caveira).
Pão e torresmos, azeitonas e cozido.
Apesar de haver sericaia e farófias com um aspecto maravilhoso, esqueci essas iguarias e passei ao café com uma pinhoada *, que também é guloseima da região.
As eleições da América estão a deixar-me um pouco inquieta - vá-se lá saber porquê...
É lá longe, noutro continente mas, todos o sabemos, terão ondas de choque de muito longo alcance.
E o meu "dedo que adivinha" não está a adivinhar nada de tranquilo, seja qual for o resultado. 😏
Porque aquilo que fui não volta, o que amei já se apagou, o que vivi morreu comigo, no meu coração devagar.
A idade vai-me levando as árvores, os frutos, a luz das manhãs, e só recordo fragmentos soltos, pequenos bocados de cores, a algazarra da gente, o fulgor do rio, os telhados brancos como leite. Sinto-me agora um estranho na cidade onde nasci, onde cada rua me traz um rosto que já não reconheço.
E enquanto vou caminhando, a minha vida é um livro aberto a desfazer-se em páginas brancas.
António Lobo Antunes
No Observador
| ||||||
| ||||||
|
Já Não Vivo, Só Penso
Já não vivo, só penso.
E o pensamento é uma teia confusa, complicada,
uma renda subtil feita de nada:
de nuvens, de crepúsculos, de vento.
Tudo é silêncio. O arco-iris é cinzento,
e eu cada vez mais vaga, mais alheada.
Percorro o céu e a terra aqui sentada,
sem uma voz, um olhar, um movimento.
Terei morrido já sem o saber?
Seria bom mas não, não pode ser,
ainda me sinto presa por mil laços,
ainda sinto na pele o sol e a lua,
ouço a chuva cair na minha rua,
e a vida ainda me aperta nos seus braços.
Fernanda de Castro
que a vida é um templo,
um edifício sem janelas, sem portas,
onde cada um de nós é um altar, um silêncio,
um grito de amor que ecoa nas paredes.
Talvez, num instante,
ao ouvir a chuva bater no telhado,
perceba que sou apenas o eco de um sonho
que se perdeu, uma sombra
à procura de um lugar para ser luz.
António Lobo Antunes
No Observador
| |||||||||
Os distúrbios em Lisboa nascem da suspeição de racismo contra a comunidade portuguesa de origem cabo-verdiana. Mas esse racismo existia nos anos 80 quando o país surfava a onda do crescimento económico. | |||||||||
| |||||||||
No meio universitário, onde nem todos são promovidos pelo mérito e muitos gostam de agradar a quem manda, terá tido anticorpos, mas a academia, o debate público e a sociedade civil ficaram mais pobres. | |||||||||
| |||||||||
Os matemáticos e os estrangeiros falam com os seus pares de maneira especial; e o público não percebe. Os diplomatas e especialistas em relações internacionais falam entre si como nós aprendemos. | |||||||||
| |||||||||||||||||||||
O crente pregar a moral fazia sentido quando todos admitiam tê-la em falta. Hoje o crente precisa de pregar o pecado: façamos os nossos próprios M.E.S.A. hats dizendo “make Europe sin again”.
|