RECORTE DE IMPRENSA
Há 10 anos ainda o Reino Unido estava na União Europeia, Barack Obama na Casa Branca, o mundo não conhecia os delírios de Donald Trump e maravilhava-se com o lançamento do iphone 6. Os Jogos Olímpicos de Inverno realizavam-se na Rússia e a Ucrânia já estava a ferro e fogo, com violentas manifestações de protesto (Euromaidan) contra o governo pró-russo. Mas de tudo o que aconteceu na última década, nada se compara ao medo que nos dominou durante a pandemia - e as ruas desertas e os hospitais a abarrotar nunca serão esquecidos.
Para José Sócrates, nosso antigo primeiro-ministro, esta foi a década dos recursos. A 21 de novembro de 2014 tinha sido detido na manga de um avião no aeroporto de Lisboa. Vinha de Paris. O procurador Rosário Teixeira acusava-o dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.
Só seria libertado quase um ano depois, período em que se autointitulou de "preso político".
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O Tribunal da Relação mostra-se fartíssimo. Fala em "carrossel de recursos" e "atos manifestamente dilatórios". "Existe um momento processual em que o direito a discordar das decisões não é mais admissível", lê-se.
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A justiça é cega, cega para quem não tem recursos que financiem uma década de recursos. Mas está já sem paciência. Como todos nós.
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