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O Chega que imprimiu uns inenarráveis cartazes onde se fala de 50 anos de corrupção, os mesmos exatos anos que passaram sobre o 25 de Abril — a ideia é disparar sobre tudo e mais alguma coisa. A lição que André Ventura pretendeu dar, rodeado de sete dirigentes do partido, todos acusados ou suspeitos de ilícitos, como bem observou Bárbara Reis, parecia uma conferência de imprensa de marginais. No entanto, por mais que se carreguem as tintas nos opositores, foi Montenegro a atirar a bola à rede. Devia ter feito muita coisa que não fez. No limite, devia ter deixado o cargo que ocupa, para quem saiba ocupá-lo.
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para ensaiar uma explicação tenho de recorrer à tese do meu saudoso amigo, cronista do Expresso, Nuno Brederode Santos. Escreveu ele nestas páginas, no tempo de Cavaco Silva como primeiro-ministro, a seguinte frase que, para mim ainda é como uma Bíblia: “Se um crocodilo engolir o prof. Cavaco, o Congresso do PSD elege o crocodilo como líder.” O humor de Brederode era elegante e inteligente, espero que compreendam, em toda a sua extensão, o que ele queria dizer.
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