Recorte do Expresso
Ásia. Escrevo isto longe do mundo português e da querela nacional, mais imigração e menos imigração, mais e menos esquerda, mais e menos direita, a que se somam as catástrofes do dia, no verão sempre as mesmas, os incêndios, as desgraças, tudo o que não se fez com o mato e a floresta e o território, tudo o que há a fazer, e que para o ano, quando os incêndios voltarem, voltaremos a repetir, sem cansaço nem consciência. Tudo o que há a fazer, tudo o que não se fez, tudo o que não se fará, tudo o que vamos fazer.
O mantra nacional é o futuro, sempre o futuro como uma promessa de governação com competência, com planeamento, com tempo. Até chegarmos ao futuro, que é como aquele letreiro da anedota do barbeiro, “Barba e cabelo grátis amanhã”, ou seja, nunca porque sempre amanhã, até chegarmos ao futuro, repita-se, lá estarão os “apoios”, os “subsídios”, os “fundos”, o dinheiro como remédio e nunca como solução. Visto de longe, o país é pequenino. E mais pequenino ficou a partir do momento em que delegámos o futuro e a iniciativa à Europa, dita União Europeia.
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