6 de setembro de 2025

Na margem de Macondo

 


Sucre-Sucre, o país das águas que inspirou García Márquez


O túmulo, duas peças de cimento, uma a servir de base, a outra de pé, está num canto do cemitério, escondido atrás de outros, junto a uma parede de tijolos. Quase passaria despercebido não fosse o azul forte com que foi pintado, no qual sobressai um nome: Orfelina Segunda Gutierrez Castro. Há uma cruz pintada a negro, mas nenhuma data. A mulher que aqui foi enterrada era a mais conhecida prostituta de Sucre-Sucre, conta-nos Isidro Álvarez Jaraba, historiador colombiano que tem dedicado a vida a reconstituir todos os passos de Gabriel García Márquez nesta cidade, perdida no meio das águas, onde o escritor e Prémio Nobel da Literatura viveu quando tinha 12, 13 anos. Aqui, acredita Isidro, estamos “na outra margem de Macondo”, esse mundo que existe apenas nos livros de Garcia Marquez mas que se inspira nas paisagens e nas personagens de Sucre – como Orfelina, a mulher que muitos procuravam em vida mas que, depois de morta, os embaraçava e envergonhava, e que terá inspirado as várias prostitutas que, com diferentes nomes, povoam o universo do autor de Cem Anos de Solidão.

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