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Nem os ricos das profundezas do Titanic, nem os pobres das profundezas do Mediterrâneo merecem morrer. Esqueçamos as entradas exíguas, os camelos e as agulhas, ambos merecem o reino dos céus. Não é verdade que na hora da morte sejamos todos iguais, mas uma vida humana é uma vida humana, independentemente de se tratar de um rico ou de um pobre. Só um estúpido se atreverá, aliás, a fazer comparações destas. Outra coisa bem diferente é pensar como é chocante o modo desproporcional como o mundo em geral – e os media em particular (perdoem-me o inglês: shame on us) – se comovem com estas duas notícias. Que raio de mundo é este? Detesto perspetivas cínicas da realidade, mas como era exatamente a frase – horrorosa – de Estaline? “A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, é estatística ".
Texto: Sara Belo Luís
in Visão do Dia
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