"Viver é dançar a valsa, aceitar, e estar cá durante o tempo que dura".
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Porque é que escreve, o que é que significa escrever, o que é que significa uma pessoa andar à procura das coisas belas, andar à procura de um registo da sua passagem por cá'. Porque a escrita é isso, fazer filmes é isso. Peças de teatro e música deixam um registo da nossa passagem por este mundo, não há outra coisa.
Esta " Valsa com a morte " tem a ver com a perspetiva da sociedade ocidental sobre a morte, que está muito 'vestida de negro'. Na Grécia Antiga, as pessoas vestiam-se de amarelo, porque a palavra 'luto' tem a ver com 'luctus', que em latim significa 'amarelo'. Na Ásia, as pessoas vestem-se de amarelo, porque dizem que vão ao caminho de uma luz ou da verdade. Cá, tivemos a peste negra. A peste negra, que ceifou 35 milhões de almas na Idade Média, não permitiu que estabelecêssemos uma relação 'saudável' com a morte. A morte é uma coisa que tememos, é um medo infinito, é o escuro, é o desaparecer, é o não estar. Mesmo quando vemos enlutados na rua, temos tendência a afastar-nos, evitamos e falamos mais baixinho. É um sinal de respeito, isso é verdade. Mas também é uma maneira de evitar o tema, de circular à volta daquilo que vai acontecer a toda a gente – não há maneira de escapar.
Fonte: Notícias ao minuto /cultura
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