Li este livro de enfiada para entrevistar o seu autor, o escritor brasileiro Geovani Martins que cresceu numa favela do Rio de Janeiro. E, nessa ocasião, disse-me:
“O meu maior medo era passar a vida a servir alguém. Agora é ser preso. Moro numa favela, mas tenho medo é da polícia.” Isto muito, até sobre uma certa realidade em Portugal…
A obra “O Sol na Cabeça”, tem o sol do Rio de Janeiro a aquecer a prosa das histórias que compõem a textura da vida diária nas favelas.
Mas estas também são histórias de amizade, amor e alegria: o prazer dos banhos de mar, as brincadeiras de rua, a adrenalina das pinturas murais, os namoros fugazes.
Histórias de esperança e desespero, que dão rosto e alma aos invisíveis da Cidade Maravilhosa, que é também uma cidade partida. Um livro muito bem escrito, com muita poesia, economia e lucidez.
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