“Evaristo Carriego” é um ensaio biográfico que Borges dedica a um poeta argentino de inícios do século XX, mas ultrapassa esse desígnio. É um pretexto para o escritor cego se alongar sobre a história do bairro onde nasceu, Palermo, para falar do tango, da cultura do subúrbio de Buenos Aires (do que então era subúrbio e hoje é centro), para contar o encontro com um colega que simboliza o oposto dele próprio e que, talvez por isso, apresenta com ele muitos aspetos em comum.
O escritor cego explica-nos desde logo que não pretende obedecer a uma sucessão cronológica ou a uma enumeração dos dias do biografado, mas sim “procurar a sua eternidade”, porque “só uma descrição intemporal, morosa com amor, é que nos pode devolvê-lo”.
Luciana Leiderfarb
EXPRESSO
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