Orfeu
Já te despedes de mim, Hora.
Teu golpe de asa é o meu açoite.
Só: da boca o que faço agora?
Que faço do dia, da noite?
Sem paz, sem amor, sem teto,
caminho pela vida afora.
Tudo aquilo em que ponho afeto
fica mais rico e me devora.
Como um rio correm os dias e este espaço é uma margem onde deito pedrinhas à água.
Sem comentários:
Enviar um comentário