9 de agosto de 2025

Opinião (guerra das tarifas)

 


Concordo com quem diz que Trump humilhou a Europa. A presidente da Comissão Europeia deslocar-se a um campo de golfe de Trump, na Escócia, para negociar um acordo comercial foi o mote do que viria a seguir: a imposição de pautas aduaneiras praticamente unilaterais e o compromisso da Europa de investir 600 mil milhões de dólares nos EUA e de importar 750 mil milhões em energia. (Guio-me pelo documento oficial da Comissão Europeia, que não faz qualquer referência a material militar.)

Tendo sido dos poucos que, no espaço público, defenderam que a União Europeia não devia retaliar à guerra comercial de Trump, não me incomoda a enorme derrota diplomática da União Europeia. Defeito de economista, certamente, mas não me preocupam os títulos de jornais, que daqui a dois meses serão esquecidos.

O que fica do acordo? Na verdade, não há acordo algum. Um acordo comercial é um pesadelo técnico e não um conjunto de intenções. A única coisa palpável que dali saiu foi a imposição generalizada de taxas aduaneiras de 15% sobre as importações que os americanos fizerem da União Europeia. Não é bom, mas seria pior se fizéssemos o mesmo.

Se, na sequência da imposição de tarifas, o dólar se apreciar, os produtos americanos tornam-se mais caros, os europeus mais baratos e parte dos efeitos reverte-se.

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No Expresso 

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