Awdah Hathaleen foi morto na passada segunda-feira por um colono israelita em Umm al-Khair, na Cisjordânia. Professor de inglês, pai de três filhos, ativista pela não violência, havia participado no documentário “No Other Land”, vencedor do Óscar. O documentário retrata a luta dos habitantes de Masafer Yatta contra a expulsão das suas terras. Uma luta judicial que durou anos, mas que foi perdida. Yinon Levi, o alegado assassino, estava na lista de sanções americanas até Trump o retirar em janeiro.
Macron anunciou o reconhecimento do Estado da Palestina. Esta semana, a conferência copresidida por França e Arábia Saudita produziu a declaração de Nova Iorque, afirmando que o reconhecimento do Estado da Palestina é “um passo essencial para a solução dos dois Estados”. Keir Starmer prometeu que o Reino Unido reconhecerá o Estado da Palestina em setembro, se Israel não aceitar certas condições. Passos importantes, mas tardios.
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Os juízes consideram que a Quarta Convenção de Genebra, relativa à proteção dos civis em tempos de guerra, não se aplica integralmente aos territórios ocupados e que os colonatos não violam o direito internacional. A técnica é sempre a mesma: alega-se a segurança e a necessidade militar. Práticas que violam sistematicamente o direito internacional recebem, assim, o carimbo de legalidade ao mais alto nível judicial. Elogiada pelo mainstream internacional, a justiça israelita funciona como instrumento ao serviço da ocupação militar e colonial.
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Awdah Hathaleen morreu numa aldeia que o Supremo Tribunal de Israel já havia condenado. A ocupação da justiça está completa.
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