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E mesmo que sobrevivam às bombas que caem cada vez mais intensas e resistam ao corte das comunicações que os isola do mundo, os palestinos temem agora morrer de fome ou sede. O desespero começa a instalar-se. Milhares de pessoas invadiram quatro armazéns da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos, roubando comida e outros bens de primeira necessidade. "As pessoas estão assustadas, frustradas e desesperadas", disse o diretor da organização, Thomas White.
A forma como o mundo se confronta hoje e lidará no futuro com a violência que decorre aos olhos de todos diz também muito sobre nós. A conivência e a realpolitik andam muitas vezes de mãos dadas na política internacional. E o tribalismo parece ter-se instalado de forma irreversível – a opinião pública desceu às trincheiras e não consegue ouvir o lado de lá. Guterres colocou o dedo na ferida e está coberto de razão: “a história vai julgar-nos a todos”.
Mafalda Anjos
Visão do Dia
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