Foi aflitivo ver e ouvir Pedro Lobo, o presidente da Câmara Municipal de Sever do Vouga, depois de três dias na “frente de batalha” no corpo, sem dormir, barba por fazer, rosto desolado, a pedir “união às pessoas” para enfrentar “o pior incêndio de sempre” no seu concelho. Os números provisórios apontam para quase cinco mil hectares de área ardida, o que corresponde a perto de 38% do município.
Igualmente dolorosa deve ser a emoção dos autarcas de Castro de Aire, com quase 18 mil hectares ardidos, correspondendo a 47% do concelho; ou de Carregal do Sal com 46%.
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É aqui que chegamos à “hora do lobo”, que pode ser personificada no autarca Pedro, que também é Lobo. É a esta hora que chegam os arrependimentos, os pesadelos e os fantasmas. E a pergunta teima em querer sair da garganta. E se?
Os municípios que quiseram travar esta medida* (ainda em junho os do distrito de Leiria voltaram a insistir que fosse de novo suspensa) e os governantes que lhes cederam devem ter a resposta.
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* "medidas de prevenção e combate a incêndios rurais, ao nível não só do ordenamento do território, do ordenamento florestal e da prevenção estrutural, mas também do condicionamento das atividades que ocorrem nos espaços rurais e da alocação dos meios de vigilância e combate”.
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