entra de súbito
pelas palavras:
a terra e o mar
as mãos e as vozes.
Tua guitarra.
Teu génio.
E o teu silêncio
é de súbito um sino
tocado pelo vento
em todas as aldeias do meu sangue.
Porque tudo começa onde começas
porque tudo se chama o nome do teu nome
porque tudo se escreve com a tua história.
Porque tu estás em tudo o que circula
e tudo tem o preço do teu sangue.
Porque tu moves com teus ombros as cidades
tocaste a pedra e a pedra fez-se casa
tocaste o bosque e o bosque fez-se barco.
Porque um país tem o tamanho dos seus homens
e o meu país tem o teu tamanho e nada mais.
Porque nada é tão grande como as tuas mãos:
oitenta e nove mil quilómetros quadrados.
O céu e o mar. E todos os navios.
E todos os poemas.
Manuel Alegre
O Canto e as Armas
Sem comentários:
Enviar um comentário