os meus sonhos brancos de menina
e me pôs no olhar
a imensa clareira da tristeza?
Como esquecer aquele tempo
em que eu brincava com o vento
e rebolava na erva e cantava com as cigarras
e me espantava com o desenho das nuvens?
Como não lembrar os dias
em que nada quebrava a porcelana
dos lírios de intacta leveza?
À margem de trilhos ao acaso
vagueio para além de mim
sem que os pés se amarrem ao chão.
As minhas mãos, sobre o regaço,
estão trémulas e vazias.
Retenho as lágrimas
como se dispersasse as chuvas.
Graça Pires
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