Doméstica e feminina
Era uma vez uma mulher que tão depressa era feia como era bonita.
Quando era bonita, as pessoas diziam-lhe:
- Eu amo-te.
E iam com ela para a cama e para a mesa.
Quando era feia, as mesmas pessoas diziam-lhe:
- Não gosto de ti.
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A minha poesia é uma epopeia da vida menor.
Não é a descoberta do caminho marítimo
para a Índia. É o caminho do corredor
de minha casa entre a sala onde escrevo e leio
e a cozinha. É doméstica. É feminina.
Adília Lopes
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