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Há poucos dias, um rapaz de 14 anos foi detido por suspeita de matar a própria mãe, vereadora em Vagos.
Em Lisboa, uma mulher adulta esfaqueou o pai, ex-presidente do Observatório de Criminalidade Organizada, deixando-o gravemente ferido. Horas depois, escreveu nas redes sociais: "Acho que deixei o meu pai sem olhos." A mulher apresentava sinais de um quadro mental confuso, fazendo referências delirantes que sugerem perturbações psicológicas graves.
Casos separados por quilómetros e idades, mas unidos por um mesmo abismo: o da violência que se instala onde devia apenas caber amor e cuidado. E se a saúde mental não tratada explica parte destes dramas, não explica o padrão crescente de violência de filhos contra pais que atravessa todas as classes sociais.
Não são apenas tragédias familiares; são sintomas de uma fragilidade social. O pai ferido e o filho assassino são as duas pontas do mesmo falhanço — o de uma educação que se perdeu entre o desinteresse e a permissividade, mas também entre a sobrecarga, a falta de apoio e os traumas não tratados.
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