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A Justiça fica com a própria espada apontada à barriga. Se este caso – que mandou abaixo um governo de maioria absoluta – não se revelar inquestionavelmente sólido, cometeu hoje um ato fatal de haraquíri."
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Ora, "inquestionavelmente sólido" é tudo o que, neste momento, este processo não parece ser. E já passámos uma primeira fase em que, estrategicamente, alguma informação foi sendo libertada, violando o segredo de justiça, com o objetivo de ir dando à opinião pública material para que se comprove a gravidade do que foi investigado. Até agora, parece tudo muito "poucochinho", sobretudo tendo em vista a consequente crise política em que o País mergulhou. Aumentam as vozes que exigem uma declaração da procuradora-geral da República Lucília Gago (e até os que, como Miguel Sousa Tavares, pedem a sua demissão). Para já, sabemos que tensão e crispação não vão faltar, nos próximos meses.
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Com o impacto devastador de uma bomba de fragmentação, um inquérito do Ministério Público levantou amplas suspeições sobre a governação e a relação dos decisores políticos com os investidores privados. Disparou munições sobre um Governo, e mandou para os cuidados intensivos as medidas de descarbonização que estavam em marcha e agora terão de aguardar, num coma indeterminado, pela limpeza dos estilhaços e pelo regresso à vida normal.
Afinal, defendeu o juiz de instrução, não há, para já, indícios suficientes para suspeitar de corrupção, ainda que subsistam elementos para acreditar em tráfico de influência.
1 Fonte: Visão (ver artigo completo)
2 Pedro Dias de Almeida// Visão do Dia
3 Miguel Prado // Expresso. Energia
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