Talvez o passado seja o que nos agarra, a memória o que nos salva, e qualquer construção só possa existir tendo como base as ruínas do que um dia foi. Nesse sentido, o passado seria não estagnação, mas movimento puro, impulso primordial.
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Compila neste novo livro fragmentos – na verdade, textos curtos escritos para um jornal - que ‘constelam’ em torno da ideia de que a Antiguidade Clássica tem, no nosso pensamento e cultura, uma presença sempre atualizada.
Inicia assim:
“Recordemos o difícil começo. Para o recém-nascido que uma vez fomos, até as habilidades mais simples requeriam esforços esgotantes. A bicicleta da nossa infância atirou-nos muitas vezes para o chão antes de conseguirmos domesticá-la. Quando nos apaixonámos pela primeira vez, a timidez paralisava os gestos e as palavras, e faltava-nos coragem sequer para nos aproximarmos do outro. Ao iniciarmos um novo trabalho, as menores tarefas pareciam encostas íngremes ou ladeiras escorregadias.”
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