A tua carne cantou em mim
como se eu fosse um búzio
e tu um mar em som,
presente e longínquo.
É em ti que vive hoje ainda,
a reavivar o instante sóbrio e perfeito
que a noite trouxe em teus olhos debruçados
sobre a tua e a minha solidão?...
Mas quando a noite a fechar-se
chama do mar a bruma rumorejante,
tuas mãos frias e recolhidas talvez ainda
tenham uma saudade muda para mim...
João José Cochofel
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