29 de outubro de 2024

Ergo uma rosa

 


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Ergo uma rosa, um corpo e um destino 

Contra o frio da noite que se atreve, 

E da seiva da rosa e do meu sangue 

Construo perenidade em vida breve.


Ergo uma rosa, e deixo, e abandono

Quanto me dói de mágoas e assombros. 

Ergo uma rosa, sim, e ouço a vida 

Neste cantar das aves nos meus ombros.


José Saramago

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